aprender a sentir
Tudo é sobre viver o presente…
atento ao que se vê, ao que se prova, o que tocamos e o que nos afeta, o que o nosso ouvido escuta e ao cheiro que nos invade.
Ele entra pelo nariz junto com o ar que respiramos, e no nosso “cérebro primitivo” vai fazer conexão direta com a memória dos nossos afetos: os cheiros da infância, o sabor do molho da mãe tão singular, o perfume de um grande amor.
O olfato é um alerta para situações de perigo: um alimento estragado, o cheiro de gás. No mundo animal indica a presença de um predador ou de uma caça e a possibilidade de acasalamento.
O quinto sentido, como é chamado, é quase um super-poder!
– E dá pra aprender a cheirar, não é um dom?
Claro que dá e sabe como? Cheirando e prestando atenção, cheirando e decorando o cheiro, voltando a cheirar, desenvolvendo a memória olfativa.
Depois comparando com outros cheiros parecidos e também com outros totalmente diferentes.
E dar nome a eles: cheiro de lápis, de férias, de madeira podre, de saudade…
O olfato é um sentido muito pessoal, não existe associação errada em relação a um odor, por isso é chamado de sentido da memória.
É um exercício diário, um pouco todos os dias, até o nariz acordar e ficar consciente.
Com o tempo novas palavras são necessárias para dar conta de descrever essas novas percepções.
– Mas eu não tenho essências ou perfumes para treinar…
Não precisa.Tem um mundo que cheira ao seu redor: o café, o suor, o cheiro do asfalto depois da chuva, o pãozinho quente.
Boralá?